Ficha Catalográfica: Como Fazer a Sua
Sempre é importante lembrar que confeccionar a Ficha Catalográfica é uma função dos bibliotecônomos, também geralmente exercida por instituições como a Câmara Brasileira do Livro.
Hoje, nossa intenção aqui é apresentar quais os elementos que compõem a ficha e dar algumas dicas práticas para você mesmo fazer a sua. Vamos lá!
Você vai ver neste post:
Fazendo sua Ficha Catalográfica
Abaixo temos um modelo de Ficha Catalográfica em seu tamanho padrão, que é de 7,5 cm de altura por 12,5 cm de largura (a parte do box, onde estão as informações principais). A forma de posicionar alguns elementos são mais intuitivas, e outras precisam de algumas explicações. Veja em seguida.
1 – Notação de autor
A notação de autor é esse código (no caso exemplificado, S677t). Ele é composto pela letra inicial do sobrenome do autor, em maiúscula, seguida pelo número da Tabela de Cutter-Sanborn correspondente ao sobrenome do autor (o número anterior, se não houver coincidência), e, enfim, com a da inicial do título, em minúscula.
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A Tabela de Cutter-Sanborn foi desenvolvida por Charles Ammi Cutter no século 19, para ajudar na organização de bibliotecas. Hoje, é mais usada da forma que mostramos, para designar a autoria de uma obra. Em geral, o bibliotecário consulta a tabela para montar o código, mas na internet existem sites que o geram automaticamente, como este aqui, bastando inserir o nome do autor. Se você preferir, pode consultar a tabela clicando aqui.
Ah! Não se esqueça de grafar o nome do autor SEM RECUO após a notação. Deve ser escrito como em referências bibliográficas, com sobrenome antes do nome, somente com as iniciais em maiúsculas. Separe sobrenome e nome com vírgulas, e depois coloque data de nascimento e morte (se ele já tiver falecido, é claro) separados por hífen.
2 – Recuo
As linhas abaixo do nome do autor devem começar na direção da quarta letra do sobrenome. É ideal usar uma fonte monoespaçada, ou seja, uma fonte cujas letras e caracteres ocupam o mesmo espaço horizontal. Seguem-se título, novamente a autoria, editora, ano e número de páginas.
3 – ISBN
O ISBN (International Standard Book Number) é o Número Internacional Padronizado, fornecido, no Brasil, pela Agência Brasileira do ISBN, ligada à Fundação Biblioteca Nacional. Em geral as editoras cadastram suas obras com seus CNPJs, mas pessoas físicas também podem se cadastrar e pedir um número de ISBN para obras de autoria própria.
4 – Assunto
Os assuntos da obra devem vir do menos específico para o mais específico, numerados.
5 – Título
Aqui NÃO é para substituir pelo nome do livro. É para manter a palavra título, que significa que o acesso primário da obra se dá pelo título.
6 – CDD e CDU
Estes números são também códigos de catalogação. O CDD é a Classificação Decimal Dewey e o CDU, a Classificação Decimal Universal. Você pode consultar as informações sobre o CDD no próprio site da Agência Brasileira do ISBN clicando aqui. Por sua vez, o CDU pode ser encontrado em tabelas como esta ou esta. Uma boa dica é usar softwares de organização de bibliotecas, como o Autec Biblioteca. Mesmo usando uma versão de teste, você poderá inserir o assunto do seu livro para que ele mostre o código referente, sendo uma boa referência.
Espero que você já consiga ter uma ideia de como fazer sua Ficha Catalográfica. E aí? Acha que faltou alguma dica ou restou alguma dúvida? É só falar nos comentários!
se eu já tiver o ISBN e eu mesmo vou imprimir os livros em gráfica, eu mesmo posso fazer a ficha catalográfica ou tem que ser um bibliotecário? Essa ficha pode ser feita direta nos originais do livro que vão pra gráfica?
A ficha tem que ser feita por um bibliotecário.
Parabéns pelo artigo! Útil e acessível para quem não é da área da biblioteconomia!